Lembra que um dia mergulhara nas profundezas de um verde finito. Tão finito que
acabara rápido demais, sem ter podido se deixar levar pelas límpidas cores de
seu ser.
E aquele verde, secreto, amargurado e escurecido, por fim fora trancado e escondido, onde Cecília jamais pudera saber. Pois procurara. Mas não, nunca encontrara.
Ah, como sentira falta daqueles tempos. Tempos nos quais, mesmo consciente de que sofrera horrores, venderia sua alma a quem a quisesse, só para vivê-los novamente.
E aquele verde, secreto, amargurado e escurecido, por fim fora trancado e escondido, onde Cecília jamais pudera saber. Pois procurara. Mas não, nunca encontrara.
Ah, como sentira falta daqueles tempos. Tempos nos quais, mesmo consciente de que sofrera horrores, venderia sua alma a quem a quisesse, só para vivê-los novamente.
Cecília soubera que apesar de seus sofrimentos, de suas
angústias embutidas e estampadas em seu espírito, aquela infinidade tão finita
de verde a fizera sentir-se tão amada quanto odiada.
Os olhos de Cecília atuaram sua vida inteira. Mentiram e
fingiram. Foram o que puderam e o que não poderiam ser. Deram trabalho. Suaram e
choraram. Mas por fim, esconderam a saudade daqueles tempos que, deveras, jamais
existiram.
A.B.
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